Eu não quero detox, eu não quero botox.
Eu não quero ter que
viver para eliminar os excessos, os excessos de tudo que me fez bem, que me fez
mal, que acumulei, que desperdicei, que fiz demais ou de menos, os excessos que
me marcaram, os que passaram desapercebidos.
Quero continuar intoxicada daquilo que vivi, continuar
acumulando marcas, continuar tendo uma estória pra contar, triste ou feliz,
quero uma feijoada existencial, quero tudo que estiver disponível, e se for
pouco poder juntar os restos, temperar, reciclar, mistura e manda, quero planos
abertos, mais liberdade de escolha, e não caminhos cada vez mais restritos,
mais proibidos, mais desinteressantes.
Não quero vida com sabor de alface.
Quero virar enciclopédia, material de pesquisa, quero servir
para alguma coisa que não seja só uma bela imagem gravada nos instagrams da
vida.
No final, tudo que fica dessa matéria vai virar pó mesmo.
Que pelo menos eu deixe uma malinha de preciosidades surpreendentes
para alguém abrir um dia.
Tim tim.
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