sábado, 1 de novembro de 2014

Com licença, obrigada.

Peço licença para que os meus tantos anos de vida ocupem o espaço conquistado, no tempo, no corpo, no espírito, na vida, na minha vida, que é só a minha vida, não a sua, nem de mais ninguém.
Peço licença para as minhas marcas, minhas alegrias, minhas desilusões, minhas dúvidas, minhas qualidades e meus defeitos, todos já tão bem identificados por mim e por todos que passam pela minha vida, peço licença para riscar o meu quadrado, e deixar uma janela aberta para que entrem as novidades que me emocionem, que me mobilizem, que me transformem em alguém melhor, se ainda der tempo.
Se ainda der tempo posso aprender mais, mudar de rumo, de opinião, desviar o caminho, pegar um atalho, se não machucar a mim nem a ninguém, se não tiver um gosto amargo, se assim se fizer necessário, se for divertido, se somar amor, paciência, tolerância e sabedoria, se valer a pena.
Senão, peço licença pra ficar aqui assim bem quietinha, só admirando a lua crescente, esperando que ela me surpreenda metade luminosa, para depois minguar e renascer, licença para observar o movimento das marés, sentir o calor do sol na pele, e continuar caminhando, buscando respostas, curiosa que sou, para as perguntas que nunca calam e que provavelmente, vou levar comigo para esse lugar que me é destinado, mas que ainda não sei onde fica.
Licença para ser só o que sou, nada mais, nada menos, licença pra mudar de idéia, diante de um bom argumento.
Licença para ser feliz, do jeito que der.







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