Uma das coisas que
mais me causavam medo na infância (não eram muitas coisas, talvez nenhuma além
dessa) era a questão de cair na cilada da areia movediça.
Mais que o Bicho
Papão, mais que os fantasmas, os zumbis, os vampiros, as bruxas, a maçã
envenenada, a mula sem cabeça, até mais que Jack Nicholson e seu machado em “O
Iluminado”.
Essa imagem de se
perceber assim de repente presa nessa viscosidade, que vai lentamente engolindo
seus movimentos, sua força e vontade de lutar, te enfraquecendo até que você
perca a coragem, a força e finalmente o ar que respira, sempre foi
aterrorizante.
Freud deve explicar,
mas não tenho tempo pra ele.
Aí vem a vida demandando
movimentos radicais de alto risco, então é hora de engatar a marcha, acelerar pra
não atolar, hora de mexer os pauzinhos.
E ficar sempre muito atenta,
porque o que não falta é areia movediça camuflada nos caminhos.
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