sábado, 1 de novembro de 2014

Areia movediça

Uma das coisas que mais me causavam medo na infância (não eram muitas coisas, talvez nenhuma além dessa) era a questão de cair na cilada da areia movediça.
Mais que o Bicho Papão, mais que os fantasmas, os zumbis, os vampiros, as bruxas, a maçã envenenada, a mula sem cabeça, até mais que Jack Nicholson e seu machado em “O Iluminado”.
Essa imagem de se perceber assim de repente presa nessa viscosidade, que vai lentamente engolindo seus movimentos, sua força e vontade de lutar, te enfraquecendo até que você perca a coragem, a força e finalmente o ar que respira, sempre foi aterrorizante.
Freud deve explicar, mas não tenho tempo pra ele.
Aí vem a vida demandando movimentos radicais de alto risco, então é hora de engatar a marcha, acelerar pra não atolar, hora de mexer os pauzinhos.
E ficar sempre muito atenta, porque o que não falta é areia movediça camuflada nos caminhos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário