quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A faca e o queijo



Não, eu não sou coerente.
Não, eu não sou consistente.
Não, eu não sou insistente.
Não, eu não sou previsível.
Não, eu não sou invisível.
Não, eu não sou impossível.
Sim, sou mutante, viajante, elegante.
Sim, sou competente, displicente, persistente.
Crente ou descrente, dependendo da lua.
Lua cheia ou crescente, nua e crua, quase minha, toda sua.
Às vezes minguante, chocante, desestimulante.
Mais que isso, não sei o que sou.
Uma borboleta, uma silhueta, um cometa.
Uma bailarina, uma maestrina, um veneno estricnina.
Uma flor, um amor de pessoa, uma louca varrida.
Sei lá o que sou.
Alguém deve saber mais do que eu.
Prefiro nem saber.
É o melhor para poder crescer.

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