segunda-feira, 30 de março de 2015

Asilo

Se eu vier a cruzar definitivamente a linha da terceira idade, porque sei lá, pode ser que sim, pode ser que não, penso num projeto revolucionário para mudar definitivamente o conceito de asilos.
Começando pelo local é claro, muito, mas muito perto do mar.
Tranquilo, talvez baiano, ou catarinense, mas seja onde for, que esteja adaptado com toda a tecnologia de imagem, som, e conexões com as informações sobre a evolução, ou a involução, do mundo lá fora, dependendo do ponto de vista.
Então se liga, saberemos de tudo, mas muito pouco disso tudo que acontece lá fora nos afetará.
Estaremos mais ocupados com música, muita música, e cores, muitas cores, e dançaremos com o que nos sobrar de movimentos, mesmo que seja só balançando a cabeça.
Poderemos usar drogas de qualquer categoria, viajar sem sair do lugar seja para onde for, não teremos mais nada a perder, sendo esse quesito opcional, uns bons drinks já cumprem sua função terapêutica e libertadora.
Um (a) excelente Chef, uma cozinha extraordinária.
Atendimento médico para casos de defeitos, massagens e óleos aromáticos, alongamentos e exercícios de puro prazer.
Uma UTI móvel talvez, mas aí será opcional, se por acaso enxergarmos o túnel de luz e acharmos que pode ser mais divertido, seguiremos sem medo.
Não seremos de mais ninguém, e ninguém nos pertencerá mais, e assim seremos um por todos, todos por um, porém cada um no seu quadrado, lençóis cheirando a lavanda, duchas poderosas, tudo lindo.
Desde já precisamos pensar em patrocínios, produção, infraestrutura.
Agora, para entrar nesse asilo, aviso logo: os critérios de seleção serão extremamente rigorosos, sendo que algumas pessoas estão pré-aprovadas por méritos já conquistados, e elas sabem quem são.
Será obrigatório largar pra trás todas as chatices, todas as neuroses, todas as opiniões formadas sobre tudo, todas as cracas que foram se agarrando em você, e querer daí em diante, viver para criar o seu grand finale.
Não é pra qualquer um. Quem vai bancar? Sei lá...
Um crowdfunding talvez, e imagina o que seria ter a sua marca estampada nesse modelo inovador de envelhecimento, a reinvenção da vida após a vida vivida?
Rsrs...ando muito desocupada mesmo.
Ah!!! Muito Importante: Todos os créditos desse projeto são dedicados a minha querida Tia Gel, irmã do meu saudoso pai, que vive lá em Garopaba e sempre me falava dessa idéia, a qual chamava de “Motelho”, uma espécie assim de motel para os velhos que querem simplesmente aproveitar o que lhes resta da vida com alegria e prazer.
Suzana MullerLoivo Carlos MullerLuis Roberto Muller, queridos primos, digam a ela que o delírio que escrevo agora tem tudo a ver conosco, ela sendo a detentora principal de um espírito único com o qual sempre me identifiquei, e ela sabe disso.
Vai que dá certo...
Tia Gelcy e eu, tudo a ver. O resto é cópia.

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