Escrevo para não deixar os pensamentos voarem, para que não se percam de mim, para que a comunicação com as pessoas permaneça ativada. Uma milonga assim, bem dançada no ritmo do amor e da paz, lúcida mas acima de tudo, relaxada e aberta, feita só para degustar.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Preciso ou quero?
QUERO OU PRECISO
Preciso, nem sempre quero, mas preciso.
Preciso o quê?
Parar de fumar, por exemplo. Querer não quero, mas preciso.
Voltar a dançar. Preciso, e quero muito, mas me falta tempo, e grana.
Aliás, estou reivindicando uma bolsa-dança, terapia melhor não há, 80% dos problemas causados por stress de qualquer ordem seriam facilmente resolvidos.
Preciso gostar menos de uma cervejinha gelada, de um vinhozinho maravilhoso na hora certa (sempre é a hora certa), e aprender a gostar mais de suco verde.
Sério...como dizia Tom Jobim, cá entre nós, suco verde é bom mas é ruim.
Preciso aceitar que a idade chega para todos, aliás já aceitei, não que eu queira mas não tem outro jeito, porém continuo achando que posso ser muito melhor do que sou agora.
Preciso malhar, mas não quero. Quero dançar, fazer o quê?
Preciso entender a humanidade. Quero muito, mas tenho uma certa preguiça, poham, ô gente complicada.
Hoje por exemplo: só quero dormir e procrastinar.
Amanhã eu preciso fazer muitas coisas, mas hoje preciso só descansar.
Preciso antes de mais nada, pagar, pagar, pagar muito caro, pra depois chutar o balde, preciso muito chutar o balde, e viver a vida que vale a pena ser vivida.
Mas primeiro tenho que pagar um preço que só faz aumentar, o preço pelas pedras que joguei na cruz algum dia, ou talvez por quando fui Maria Antonieta um dia (todas nós fomos, não?), ou uma maluca qualquer que deixou a conta pendurada para a próxima vida, e sobrou pra mim.
Preciso pagar meus pecados, apesar de ter sido também Joana D`Arc (todas nós fomos, não?) queimada viva na fogueira, mas parece que não bastou.
Preciso de você, e que você também precise de mim.
Mas só se eu quiser, e se você quiser também, senão não preciso de nada.
É que às vezes, precisar não precisa, mas a gente quer, fazer o quê?
Ou não quer, mesmo que precise.
#fazeroquê?
Preciso, nem sempre quero, mas preciso.
Preciso o quê?
Parar de fumar, por exemplo. Querer não quero, mas preciso.
Voltar a dançar. Preciso, e quero muito, mas me falta tempo, e grana.
Aliás, estou reivindicando uma bolsa-dança, terapia melhor não há, 80% dos problemas causados por stress de qualquer ordem seriam facilmente resolvidos.
Preciso gostar menos de uma cervejinha gelada, de um vinhozinho maravilhoso na hora certa (sempre é a hora certa), e aprender a gostar mais de suco verde.
Sério...como dizia Tom Jobim, cá entre nós, suco verde é bom mas é ruim.
Preciso aceitar que a idade chega para todos, aliás já aceitei, não que eu queira mas não tem outro jeito, porém continuo achando que posso ser muito melhor do que sou agora.
Preciso malhar, mas não quero. Quero dançar, fazer o quê?
Preciso entender a humanidade. Quero muito, mas tenho uma certa preguiça, poham, ô gente complicada.
Hoje por exemplo: só quero dormir e procrastinar.
Amanhã eu preciso fazer muitas coisas, mas hoje preciso só descansar.
Preciso antes de mais nada, pagar, pagar, pagar muito caro, pra depois chutar o balde, preciso muito chutar o balde, e viver a vida que vale a pena ser vivida.
Mas primeiro tenho que pagar um preço que só faz aumentar, o preço pelas pedras que joguei na cruz algum dia, ou talvez por quando fui Maria Antonieta um dia (todas nós fomos, não?), ou uma maluca qualquer que deixou a conta pendurada para a próxima vida, e sobrou pra mim.
Preciso pagar meus pecados, apesar de ter sido também Joana D`Arc (todas nós fomos, não?) queimada viva na fogueira, mas parece que não bastou.
Preciso de você, e que você também precise de mim.
Mas só se eu quiser, e se você quiser também, senão não preciso de nada.
É que às vezes, precisar não precisa, mas a gente quer, fazer o quê?
Ou não quer, mesmo que precise.
#fazeroquê?
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Caixinha de música
A MALA E A CAIXINHA DE MÚSICA
Quando escuto músicas que me acompanham por toda a vida, lembro sempre da mala do meu pai.
Aquela mala geladinha, com cheiro de avião recém pousado, foi por muito tempo a minha caixinha de música.
Meu pai, um comandante da Varig nos tempos em que a aviação era quase uma experiência poética, desde que nasci voava para New York.
Sempre que voltava, trazia a mala repleta de discos, encomendados por um amigo dono de uma boate famosa nos anos 60, e de dentro saíam preciosidades, as bolachas de 45 rpm, aqueles disquinhos com buraco grande que precisavam de adaptador para tocar na vitrola (!!!).
A mala se abria em cima da cama, e aquilo já era pra mim um momento de êxtase, ali estava toda a soul music da Motown, todos os singles recém lançados dos Beatles e Stones, além dos LPs que eram da casa, de Louis Armstrong a Frank Sinatra, e novidades que trazia pra nós porque “o cara da loja disse que era bacana e que os jovens iam gostar”.
E era mesmo, tinha Creedence, Santana e por aí vai.
Mais tarde, entrei no circuito e era eu quem fazia as encomendas, e lá vinha a mala cheia de álbuns de rock e blues da década de 70, envoltos naquele filme fininho transparente que eu abria com a pontinha da unha, para degustar não só a música mas toda a arte gráfica das capas e encartes com as letras.
Às vezes descobria sons aleatoriamente, escolhendo coisas que nem conhecia bem nos catálogos da King Records, a loja da época, e que me traziam surpresas incríveis.
Fora da mala, só a música brasileira, que eu comprava ali mesmo na Copadiscos, na Av. Copacabana, onde todos os dias eu batia um ponto pra ouvir alguma coisa.
Um tempo depois, quando eu já morava em New York, a mala continuava chegando, agora na neve, cheia de Caetanos e Miltons e pedaços de verão pra aquecer a alma gelada.
Mas a mala...que falta ela me faz.
Acima de tudo, que falta me faz o meu pai, o seu sorriso, o seu assovio bem humorado e carinhoso anunciando a chegada da mala, a minha caixinha de música.
#saudades
Quando escuto músicas que me acompanham por toda a vida, lembro sempre da mala do meu pai.
Aquela mala geladinha, com cheiro de avião recém pousado, foi por muito tempo a minha caixinha de música.
Meu pai, um comandante da Varig nos tempos em que a aviação era quase uma experiência poética, desde que nasci voava para New York.
Sempre que voltava, trazia a mala repleta de discos, encomendados por um amigo dono de uma boate famosa nos anos 60, e de dentro saíam preciosidades, as bolachas de 45 rpm, aqueles disquinhos com buraco grande que precisavam de adaptador para tocar na vitrola (!!!).
A mala se abria em cima da cama, e aquilo já era pra mim um momento de êxtase, ali estava toda a soul music da Motown, todos os singles recém lançados dos Beatles e Stones, além dos LPs que eram da casa, de Louis Armstrong a Frank Sinatra, e novidades que trazia pra nós porque “o cara da loja disse que era bacana e que os jovens iam gostar”.
E era mesmo, tinha Creedence, Santana e por aí vai.
Mais tarde, entrei no circuito e era eu quem fazia as encomendas, e lá vinha a mala cheia de álbuns de rock e blues da década de 70, envoltos naquele filme fininho transparente que eu abria com a pontinha da unha, para degustar não só a música mas toda a arte gráfica das capas e encartes com as letras.
Às vezes descobria sons aleatoriamente, escolhendo coisas que nem conhecia bem nos catálogos da King Records, a loja da época, e que me traziam surpresas incríveis.
Fora da mala, só a música brasileira, que eu comprava ali mesmo na Copadiscos, na Av. Copacabana, onde todos os dias eu batia um ponto pra ouvir alguma coisa.
Um tempo depois, quando eu já morava em New York, a mala continuava chegando, agora na neve, cheia de Caetanos e Miltons e pedaços de verão pra aquecer a alma gelada.
Mas a mala...que falta ela me faz.
Acima de tudo, que falta me faz o meu pai, o seu sorriso, o seu assovio bem humorado e carinhoso anunciando a chegada da mala, a minha caixinha de música.
#saudades
Assinar:
Postagens (Atom)